A motivação na aprendizagem de Língua Estrangeira para Fins Específicos

Resumo

Esse estudo investiga a motivação como aspecto relevante na aprendizagem de uma língua estrangeira para fins específicos (LEFE). Entendemos que a aprendizagem de uma LE fomenta inúmeras discussões no escopo da linguística aplicada. Parte dessas discussões versa sobre as teorias que embasam a prática docente, que são influenciadas pelos contextos sócio-históricos em que surgem. No último século, já passamos por abordagens em que o aprendiz é visto como uma tábula rasa, sendo estimulado a aprender um idioma por métodos de repetição e imitação, fortemente influenciadas pela Teoria Behaviorista que embasou o Comportamento Verbal de Skinner (1957), até abordagens inspiradas no desenvolvimento global e no protagonismo do aprendiz, como a Comunicativa, que enfoca a significação e personalização daquilo que se aprende. O que algumas vezes foi esquecido nessas discussões é o papel da motivação do aprendiz envolvido no processo. Para Hutchinson e Waters (1987), aprendizes têm diferentes necessidades e vontades, e isso pode ter um papel importante para o desencadeamento da motivação na aprendizagem e, consequentemente, no seu sucesso. Para os autores, o foco no aprendiz deve ser considerado para que os objetivos sejam alcançados. Processos de aprendizagem que levem em conta os desejos do aprendiz fomentam a vontade de aprender e contribuem para que o aprendizado ocorra plenamente. Entretanto, muitas das propostas de ensino de língua estrangeira têm focado nas estruturas linguísticas e nos aspectos discursivos da língua apenas. A motivação é raramente considerada no course design, resultando em um vácuo metodológico que pode impactar negativamente o processo. Este estudo, portanto, investiga esse aspecto com dados coletados de estudantes de LEFE e com base no trabalho seminal de Gardner e Lambert (1972), e mostra, a partir de uma proposta de sala de aula, o papel da motivação integrativa (GARDNER e LAMBERT, op. cit) no processo de aprendizado.